Casualidade



      A tempestade que Francisco assistia pela janela de sua casa parecia não atormenta-lo, os olhos continuavam atentos as gotas que escorriam pelo vidro que distorciam a paisagem que vinha lá de fora.
      A paz que ele demonstrava estar a balançar-se na cadeira que fazia aquele barulhinho insistente e constante, só um disfarce da sua alma atormentada pelos fatos ocorridos a algumas horas atrás.
       Na mesa de jantar ainda se encontravam duas taças com um pouco de vinho em cada, uma das taças trazia marcas de batom em suas bordas de um rosado tímido. Lábios que pertenciam a uma moça que Francisco havia conhecido naquela mesma noite em um bar que costuma frequentar aos sábados.
       Apresentados por um amigo em comum, ele logo simpatizou com a moça que tinha o sorriso fácil e apresentava aquele ar de quem sabe o que quer. Conversaram por algumas horas de fatos superficiais, pessoas que ambos conheciam, interesses em comum e acontecimentos banais. Ambos esperavam a mesma coisa naquela noite.
       Já era madrugada o bar estava pra fechar, Francisco pediu a conta e a convidou para terminarem de conversar em sua casa enquanto bebiam um pouco mais, Ela topou e eles foram caminhando.
       A madrugada estava fria o ar úmido fazendo cair gotas de orvalho nos seus rostos das arvores que arborizavam o caminho, caminhavam em silencio conversando com seus próprios pensamentos onde o único barulho que havia eram do solado de seus sapatos ao tocar no chão molhado.
      Francisco começou a tirar as chaves do bolso para abrir o portão ela o segurou pelo pulso, suas mãos eram pequenas dedos finos mas com firmeza o colocou contra a parede, por mais que não fosse nem uma surpresa o que está preste a acontecer, o coração dispara a sensibilidade aflora e o toque parece invadir sua pele, ambos anelavam até que seus lábios se encontram conectando todos os desejos em um único pulsar, as mãos dele seguram-a pelas costas encaixadas perfeitamente no seu vinco as delas afagam com furor os cabelos dele. Ele abre o portão as pressas o ritmo das coisas não é mais o mesmo os dois agora estão prestes.........., quando abrem a porta. Francisco depara-se com a insegurança dela, ela protelou, ele caminha até cozinha pega duas taças de vinho, começam a beber e sorrir um para o outro, colocam as taças em cima da mesa ela o pega pelo braço com um sorriso intimista e sobem.

J Mario Cavalcante

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