SEGUNDA-FEIRA



A segunda-feira achata-me até doer as costas
Afasta o desejo nutrido nos dias anteriores
Exaurido e sem perspectiva, tudo torna-se banal.

As horas empilham-se repetidas e velozes
Enquanto esqueço de te mandar um “OI”
Exaurido e sem perspectiva, tudo torna-se banal.

A mente rebobina-me em todos meus fracassos
Um de cada vez, pior dia para querer ser alguém
Exaurido e sem perspectiva, tudo torna-se banal.

As obrigações escravizam-me até parecer importante
Deixa a vida para depois, talvez dê tempo recuperar
Exaurido e sem perspectiva, tudo torna-se banal.

J. Mário Cavalcante

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