Devia ter olhado
para trás pelo menos uma vez
Devia ter me
esforçado mais, te ouvido mais.
Permaneci em
silêncio enquanto você partia
E o tempo vai
passando, vou me acostumando
E acreditando que
solidão é um bom exemplo
De quem vive em
comunhão com seu silêncio.
Talvez não chegue a
ser arrependimento
Possivelmente um
descontentamento
Por achar que de
silêncio em silêncio
Você perceberia
todo meu sofrimento
E que por detrás
dessa pose de marrento
Nutrisse por você o
maior dos sentimentos.
Os anos vão
passando e a vida se acostumando
De que no decorrer
do tempo vamos automaticamente
Nos olhando mais
para dentro e percebendo que lá fora
Amontoamos vários
encontros, desencontros, amores prematuros,
Amores maduros, os
dias que falei de mais, os dias que falei de menos,
Pré julgamentos,
pós julgamentos, julgamentos e varro tudo isso
Para de baixo do
tapete que minha miopia esconde muito bem.
Os dias vão
passando e vou alimentando o desapego
Mas, por dentro
estou sendo tomado por desespero
De que possa ter
perdido a oportunidade do teu cheiro
Que vida injusta
essa que te dão um caça-níqueis
Em que só se pode
ganhar uma vez,
Eu nem sei se já
ganhei.
Você sabe?
J. Mário Cavalcante
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